Quando no século XIX, Charles Darwin, o grande pensador da Teoria da Seleção Natural, entendeu que a capacidade de adaptação determinava a sobrevivência ou extinção de uma espécie, uma verdadeira mudança de paradigmas sobre a compreensão dos modelos estruturais da sociedade instaurou-se. E, de lá para cá, observamos empiricamente uma série de revoluções em todas as áreas – e não apenas na biologia – que corroboraram com o diagnóstico do cientista. Assistimos a personalidades ascenderem e decaírem, empresas decolarem e enfrentarem a ameaça da adequação ao meio, profissionais irem do sucesso instantâneo ao completo esquecimento. Na Seleção Natural, sobrevive quem apresenta diferencial.

Ao falarmos em negócios e empreendimentos, já aprendemos – ou já deveria ter sido aprendido – que padrões de estrutura dificilmente perduram por muito tempo, o que significa, na prática, que o ambiente do mercado renova suas necessidades e abre espaço para novos modelos. Mesmo mantendo atenção a esse movimento de transição, o diferencial vai sempre se configurar como elemento determinante de resultados. Você precisa aumentar suas vendas? Diferencial. Você quer gerar mais engajamento do seu público? Diferencial. Você tem que obter melhor desempenho da sua equipe? É o diferencial do profissional e o diferencial da empresa que podem garantir a sobrevivência.

Na prática, estamos falando de, em vez de procurar fora as ferramentas necessárias para alavancar ou destravar um negócio, deve-se encontrar dentro das próprias capacidades aquilo que realmente faz parte da essência e aplicá-lo de forma efetiva e condicionada, a fim de gerar retornos tangíveis e intangíveis. Nesse instante, muito além de se manter vivo num ambiente acirrado, a noção plena de uma ou mais qualidades ou virtudes é capaz de firmar um tipo de base sólida que proporciona uma visão geral mais concreta, facilitando escolhas estratégicas.

O diferencial do qual falo está muito além do conhecido diferencial competitivo. Não se trata apenas de disputar preferência de cliente, mas, sim, de estabelecer uma conexão forte com os próprios atributos e correlacioná-los aos de quem trabalha ao seu lado no intuito em comum. A aplicação do diferencial, neste contexto, acontece como um quebra-cabeça, que necessita que as peças estejam no seu lugar correto, atuando com o propósito claro de sua função, integrando e se relacionando de forma interdependente, para consolidar uma harmonia completa e atingir a meta estabelecida.

Seguir o padrão não garante sucesso. Ter uma ótima iniciativa para se fortalecer é uma solução, possibilitando assim criar uma eficiente estratégia de comunicação, onde seus diferenciais e potenciais possam ser notados com destaque e lhe permitam implementar a cada momento mais espaço para chegar ao seu real objetivo. É necessário ter perseverança diariamente, pois os resultados não podem ser medidos no dia a dia, mas sim num olhar sobre um período maior. Por isso a constância é fundamental. Temos que aprender a tirar proveito das conquistas e desfrutar do cenário adverso, por mais desafiador que isso possa parecer.

A verdade é que todos nós estamos procurando driblar os desafios e fazer o capital girar. A dificuldade não é que as pessoas não querem investir, mas sim, na verdade, que as pessoas querem investir apenas naquilo que vai gerar resultados para ela também, sobretudo. Ter essa compreensão é essencial na hora de ganhar a preferência. Em tempos de crise econômica, com altos índices de mortalidade de empresas, nível de desemprego atingindo preocupantes números na escala e um abalo geral na confiança, pensar o diferencial, na sua aplicabilidade e potencialidade, pode ser um verdadeiro antídoto contra resultados ruins. No fim das contas, o autoconhecimento acaba por ser uma das principais armas nessa luta pela sobrevivência, há muito já anunciada por Darwin. Por isso, olhando para si mesmo, como profissional, você saberia responder se vai sobreviver à Seleção Natural? Desperte o seu diferencial e garanta muito mais do que a sua sobrevivência. Fique na liderança da preferência.