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Adesão ao consumo consciente cresce entre brasileiros

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Uma vida saudável está no topo da lista de desejos do consumidor brasileiro.

Acesso à água limpa, consumir alimentos frescos e nutritivos, ter tempo livre para passar com quem gosta, reduzir o lixo e o impacto com a geração de energia também fazem parte de um ranking de preferências, que aponta para um estilo sustentável.

Convivendo com essa tendência, persiste o desejo pelo carro próprio.

O quadro foi capturado pela pesquisa Panorama do Consumo Consciente no Brasil, que o Instituto Akatu apresentou em São Paulo nesta quarta-feira (25).

Foram entrevistadas 1.090 pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais e de 12 capitais ou regiões metropolitanas, entre 9 de março e 2 de abril deste ano.

Para chegar ao ranking de dez preferências do consumidor, foram apresentadas várias opções de comportamentos e os entrevistados escolhiam alguns como desejáveis e outros como não desejáveis.

O desejo consumista que aparece com mais destaque é o de ter carro próprio, predominante nas classes C, D e E (renda média de R$ 708.19 a R$ 2.965,69).

A pesquisa também identifica crescimento do número de pessoas que já incorporam mais de cinco práticas sustentáveis no seu dia a dia, os chamados iniciantes em consumo sustentável: em 2012, eram 32% dos entrevistados, e, agora, são 38%.

O grau de consciência divide os perfis em quatro tipos: indiferente, iniciante, engajado e consciente.

No total, 13 comportamentos servem de base.

Considera-se indiferente o consumidor que pratica de zero a quatro, iniciante o que pratica de cinco a sete, engajado, de oito a dez, e conscientes, de 11 a 13.

O maior nível de consciência tem viés de idade, qualificação social e educacional: 24% dos mais conscientes têm mais de 65 anos, 52% são das classes A e B (renda entre R$ 5,4 mil e R$ 23,3 mil) e 40% têm ensino superior.

"A pesquisa mostra que há desejo de ser mais sustentável, mas que ele não se realiza a contento", diz Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu.

"Cabe às empresas diminuir as barreiras, e entre os iniciantes está a grande oportunidade de recrutamento para ampliar as práticas do consumo consciente", afirma.

Também são apontados na pesquisa barreiras e gatilhos para o consumo de produtos sustentáveis.

Entre as barreiras estão: esforço, espaço, privação de prazeres e desconfiança.

Esforço é barreira para 60% dos entrevistados e o maior de todos os esforços é o preço, para 25%.

"A ideia de que ser sustentável é mais caro decorre da fama antiga dos alimentos orgânicos", diz Mattar.

"Embora hoje a oferta seja maior, e os preços, mais baixos, persiste esse mito, que se espalha para as outras práticas", afirma.

Há vários comportamentos mais sustentáveis que vão na direção da economia de recursos, avalia. Mattar cita como exemplo o uso de celulares recondicionados.

"O tempo médio de reposição de um celular no Brasil é de um ano e um mês. São gastos 45 kg de matéria-prima, energia, processos, transporte, num objeto que é aposentado logo. A alternativa sustentável é não cair no canto da sereia das novas funcionalidades e manter o aparelho antigo", diz.

"Os recondicionados usam componentes já existentes e podem ser comprados por preços bem menores. A questão é que o consumidor não tem essa informação e a mídia não divulga isso", afirma.

Entre os gatilhos positivos para o consumo sustentável, valem mais para o consumidor as vantagens emocionais.

A pesquisa indica que entre as oito principais causas que mais incentivam a compra de um produto de determinada marca, cinco estão ligadas a atitudes da empresa: combater o trabalho infantil; tratar funcionários sem discriminação; incluir pessoas com deficiência; contribuir para o bem-estar da comunidade; e oferecer boas condições de trabalho.

Para Mattar, a informação de que os gatilhos emocionais estão à frente é valiosa para as empresas: caberia a elas capturar e ativar o desejo de sustentabilidade de seus consumidores.

"As empresas que fabricam produtos sustentáveis falam com uma minoria ainda. A maior parte é de indiferentes ou iniciantes. Quem quiser ampliar mercado tem de ter boas práticas empresariais e divulgá-las consistentemente", afirma.

"Uma mudança importante em relação à pesquisa anterior que fizemos é que, em 2012, só 12% dos entrevistados diziam que avaliavam as informações sobre produtos de acordo com a fonte das notícias. Hoje, 31% acreditam dependendo de onde leem as informações."

"Em tempos de fake news, de crise de credibilidade, a fonte da informação é tão relevante quanto a empresa que divulga suas ações", afirma Mattar.

A pesquisa foi patrocinada por ONU Meio Ambiente, Coca-Cola Brasil, Grupo Boticário, Natura, Cargill e Unilever.

Fonte: Folha de S.Paulo
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